Podemos observar que os líderes e propagadores da teologia da prosperidade nem se preocupam em se aprofundar nos estudos bíblicos, como nas disciplinas de hermenêutica e exegese. Aliás, eles até costumam criticar homens e mulheres que buscam nestas disciplinas uma maior compreensão dos textos bíblicos, assim como o entendimento acerca da mensagem do Reino de Deus. Na verdade, estes líderes evangélicos da prosperidade investem tempo em cursos de marketing, empreendedorismo, gerenciamento de pessoas e oratória. Tudo isso, não para aumentar o conhecimento bíblico, mas a performance nos púlpitos de suas igrejas e na mídia.
Bem, os líderes desta teologia, que aliás está tendo sucesso no Brasil, costumam usar os "óculos da prosperidade" quando lêem a Bíblia. Esta é a hermenêutica deles. Por isso todos versículos que lêem eles associam à prosperidade, às riquezas de Deus. Usam uma lógica estranha aos ensinos de Jesus, e que permite qualquer um encontrar na Bíblia o que quiser. Por exemplo; na mesma lógica os gays costumam usar os "óculos cor de rosa" para lêrem as Escrituras, por isso dizem que Jesus era gay, Davi, Jônatas, enfim, que o mundo é gay. Ou seja, da mesma forma fazem os líderes da teologia da prosperidade. Eles usam os "óculos da prosperidade" e acabam vendo prosperidade financeira em tudo na Bíblia.
A lógica desta teologia é muito perigosa, e infelizmente está levando muitos evangélicos no Brasil para um caminho que não condiz com a realidade do Reino de Deus, mas do reino deste mundo. Par você ter uma idéia, em sua ambição e desejo desenfreado de possuir riquezas materias um dos expoentes da teologia da prosperidade no Brasil, o pastor evangélico Silas Malafaia, chega a ignorar um versículo bíblico onde as palavras do autor revelam o que está no mais profundo dos nossos corações, além de chamá-lo, indiretamente de trouxa.
Obs: Atribuí a Salomão a autoria destes versículos porque na tradição judaica estes versículos são interpretados pela Hagadá (הגדה) como epítetos de Salomão , jogando com as palavras da seguinte forma: "Agur" denota "o compilador, o primeiro que reuniu máximas juntos.
O sábio escreve: "Afasta de mim a vaidade e a palavra mentirosa; não me dês, nem a pobreza nem a riqueza, mantem-me do pão da minha porção de costume; para que, por ventura, estando farto não te negue, e venha dizer; quem é o Senhor? ou que, empobrecendo, não venha a furtar, e tome o nome de Deus em vão" (Pv 30.8-9)
Vou parafrasear o que Silas Malafaia diz sobre estes versículos na sua pregação: "O camarada disse isso porque ele conhecia seu coração. Sabia que não tinha estrutura para ter muito. Trouxa é o crente que faz esta mesma oração. Esta oração de salomão não serve pra mim, ela era pessoal, referente a ele salomão e não a mim (Silas)". Ela não é uma doutrina". Enfim, já deu pra percber o raciocínio do Silas malafaia. Esta pregação está disponível em seu site: Tempo de conquistar - parte 2 http://www.vitoriaemcristo.org/_gutenweb/_site/gw-videos/file.cfm?PaginaAtual=3&f=vit
É impressionante como esta teologia está cegando as pessoas, a ponto delas negarem o texto bíblico em detrimento de seus desejos e ambições carnais. A própria Bíblia diz que; "Enganoso é o coração do homem...". Veja que a teologia da prosperidade relaciona tudo na Bíblia com a prosperidade financeira, e aqueles versículos que mostram o perigo da cobiça e do amor ao dinheiro, são ignorados e distorcidos por muitos líderes da prosperidade, como bem podemos constatar na pregação do Silas Malafaia.
Tomemos cuidado porque não foi isso que Jesus ensinou.
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